Dia Nacional da Consciência Negra

Publicado: 19/11/2024 ás 10:49:00
Autor: Assessor da Assistência Social

Dia Nacional da Consciência Negra

No dia 19/11/2024 dentro do Serviço de Convivência Fortalecimento de Vinculo, trabalhamos a sensibilização junto com o grupo de crianças e adolescente o tema: Consciência Negra.
Seguimento do assunto trazido pela Psicóloga Kalinne Maciel Caminhas, em uma roda de conversa com os adolescentes do grupo do Serviço /CRAS de Novo Santo Antônio - MT

20 de Novembro.
O Brasil é o país com a maior população negra fora do continente africano. De acordo com o IBGE, somos 110 milhões de pessoas negras no país. Porém pouco se sabe sobre a história negra no país de contribuição e formação da sociedade brasileira.
"Consciência negra é um termo que ganhou notoriedade na década de 1970, no Brasil, em razão da luta de movimentos sociais que atuavam pela igualdade racial, como o Movimento Negro Unido. O termo é, ao mesmo tempo, uma referência e uma homenagem à cultura ancestral do povo de origem africana, que foi trazido à força e duramente escravizado por séculos no Brasil. É o símbolo da luta, da resistência e a consciência de que a negritude não é inferior e que o negro tem seu valor e seu lugar na sociedade."

Como surgiu o dia 20 de novembro?
As celebrações referentes à Consciência Negra surgiram nas lutas dos movimentos sociais contra o racismo na metade da década de 70, através de Oliveira Silveira, um ativista do Rio Grande do Sul, que pesquisou sobre a história do negro no Brasil e identificou que a data da morte de Zumbi dos Palmares, 20 de novembro, tinha requisitos que apresentavam orgulho para a população negra.
O dia 20 de novembro se tornou um dia para homenagear o líder na época dos quilombos. Fortalecendo a referências históricas da cultura e trajetórias negras no Brasil e também trazer referências para lideranças atuais. Surge como uma iniciativa de gerar reflexão para as questões raciais no Brasil. Conhecido como o maior núcleo de resistência negra a escravidão no Brasil.
O Quilombo dos Palmares teve como seu líder, Zumbi. O quilombo se estabeleceu em torno de 1600, a partir de africanos escravizados dos engenhos de açúcar da Zona da Mata nordestina. Estes se estabeleceram na Serra da Barriga, onde é hoje o município de União dos Palmares em Alagoas, e organizaram a comunidade que chegou a reunir mais de 30 mil pessoas.
Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares que resistiu por quase vinte anos aos ataques portugueses.
"Zumbi dos Palmares" é tido como uma das maiores personalidades representativas da força e da luta da população negra em nosso país.
Zumbi teria liderado por anos o Quilombo dos Palmares, um complexo de quilombos na região da Serra da Barriga. Na época, a região pertencia à Capitania de Pernambuco, sendo atualmente o estado de Alagoas.
Dados apontam que a morte de Zumbi teria ocorrido em 20 de novembro de 1695, em combate e fuga. Daí veio a escolha do dia 20 de novembro como data de celebração do Dia Nacional da Consciência Negra no Brasil."

Em 2003, o Dia da Consciência Negra entrou no calendário escolar com a lei 10639/2003, que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas.
Em 2011, a lei federal 12.519/ 2011, oficializa o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, pela presidente Dilma Rousseff, garantindo que a data seja lembrada em todo o país, porém a adoção dos feriados fica por conta de leis municipais.
História da consciência negra
No dia 13 de maio de 1888, não conseguindo mais resistir à pressão interna do movimento abolicionista e nem à pressão externa promovida principalmente pela Inglaterra, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, abolindo a escravatura em nosso país.
A trajetória dos ex-escravos libertos não foi fácil. Eles não tiveram direito à terra nem a qualquer tipo de indenização. Começaram a viver à margem da sociedade, iniciando a difícil trajetória da população negra após a abolição em nosso país. Mesmo compondo uma comunidade em sua maioria pobre e marginalizada, a cultura negra, com suas ricas raízes africanas, continuou se desenvolvendo.
Em 1971, o professor, escritor, pesquisador e militante negro Oliveira Silveira organizou um grupo de estudo e apreciação da cultura e da literatura negra em Porto Alegre com outras pessoas interessadas no assunto. O grupo propôs a criação de uma data comemorativa que simbolizasse a união e a luta do povo negro. O dia 20 de novembro foi escolhido por ser o dia da morte de Zumbi dos Palmares, considerada símbolo de luta e resistência contra a escravidão.
Em 1989 foi promulgada a Lei n.º 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que dispõe contra o preconceito racial, tornando a discriminação racial, de cor, de religião ou nacionalidade um crime passível de punição penal.
Entre embates judiciais, leis e a luta dos movimentos, o sentimento de empoderamento e a necessidade de se celebrar a africanidade cresciam cada vez mais, aumentando a necessidade de se criar uma lei que determinasse a data proposta na década de 1970 como uma data comemorativa.

Reconstrução da História Negra no Brasil
A história negra brasileira precisa ser reconstruída e reconhecida em todas as camadas da sociedade para a redução das desigualdades raciais no país. Durante a semana da data, diversas atividades são realizadas como cursos, seminários, oficinas, audiências públicas e passeatas.
Porém, é necessário lembrar que não podemos olhar para a questão negra só no dia 20 de novembro (Dia da Consciência Negra). É preciso olharmos diretamente para as possibilidades de criarmos outra história para o Brasil, de inclusão de populações que foram excluídas da história.
Consciência negra
O cérebro humano tem uma imensa capacidade plástica de se adaptar às situações e de moldá-las para que elas estejam de acordo com aquilo que o ser humano quer. Assim, o ser humano possui algo que talvez lhe seja único dentre os outros animais: consciência. O animal tem senciência, uma capacidade de se perceber no mundo a partir dos sentidos do corpo, da autoimagem, das necessidades corpóreas e até de sentimentos. No entanto, o ser humano se percebe como um ser no mundo que pode modificá-lo e que pensa na sua existência. Isso é o que a consciência nos garante: pensar a nossa existência e, com isso, nós fazemos enquanto seres viventes.
Tudo isso compõe uma complexa rede de significações que nos molda enquanto seres e não é simples de ser percebida.
Para que um indivíduo que sofre a exploração contra a sua classe social, a exploração de seu trabalho, percebe-se que enquanto um ser explorado, ele precisa tomar consciência de que o que é feito com ele não está certo. No entanto, a criação da consciência negra na pessoa faz com que ela perceba que ela não está errada por ser quem ela é, mas é a sociedade que está errada por discriminá-la.

Segue em Pagina do Facebook

https://www.facebook.com/profile.php?id=100086130901378


Mais Notícias

Privacidade